Obs.: O Ruy Castro não precisa de apresentações. Este artigo vai especialmente para a nossa confrade Lu Maragão, a carioquinha da turma
Folha de S.Paulo - 21 de Julho
Terra, mar e ar
RIO DE JANEIRO - Se o leitor está a ponto de vir ao Rio para o Pan, como atleta, cartola ou torcedor, e tem alimentado uma típica paranóia sobre sua segurança, saiba pelo menos de uma coisa: não há a menor possibilidade de o amigo sofrer um atentado por terra, mar ou ar.
Desde o início dos jogos, e por toda a duração do Pan, a Aeronáutica baniu as asas-delta e os parapentes que decolavam das rampas da Pedra Bonita, em São Conrado, e coalhavam lindamente o céu sobre as praias das zonas sul e oeste cariocas. Ficou também proibido saltar de pára-quedas, pilotar ultraleves e alugar helicópteros civis para passeios, mesmo que apenas para adejar ao redor do Cristo. (O bondinho do Pão de Açúcar, por enquanto, continua liberado.)
Por que tudo isso? Pela segurança. Mas segurança de quem? Algum atleta brasileiro, hondurenho ou de Trinidad e Tobago corre o risco de um atentado vindo do céu?A vigilância não se restringe à interdição do espaço aéreo sobre as arenas. Na Lagoa, palco das competições de remo e canoagem, os pedalinhos em forma de cisne foram estacionados na altura do Cantagalo e de lá não saem, para evitar que um solerte terrorista se aproveite da candura do veículo e, pedalando mansamente, vá alvejar algum remador de Antígua e Barbuda.
No Parque Aquático Maria Lenk, um repórter teve seu sanduíche de salada de atum confiscado pela segurança. Na marina da Glória, o alvo foi um frasquinho de Lavolho. E, no Complexo do Autódromo, um pai teve de lamber o Danoninho de sua filha para provar que aquilo não era uma bomba química. Tal e qual nos aeroportos.
Tudo isso, claro, são imposições dos EUA. Graças às lambanças do governo americano, seus pobres atletas não têm sossego em lugar nenhum e, com isso, o mundo inteiro é suspeito de odiá-los.
2 comentários:
Obrigada ao confrade que não esquece que há uma carioca da gema no grupo, mas tanta segurança no RJ pro PAN... é duvidoso!
No sábado mesmo caiu na praia do Leblon, um monomotor (daqueles que ficam voando de um lado pro outro com propagandas esvoaçantes), o piloto foi salvo por um grupo de surfistas e depois levado para o hospital Miguel Couto.
Será que imaginaram que o piloto era da equipe americana???? kkkkkkk
beijos em todos e até quinta!
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