domingo, 24 de junho de 2007

Drummond

Mãos dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente,
os homens presentes,a vida presente.

2 comentários:

Raquel Campos disse...

Uma poesia pra animar um pouquinho esse blog, que anda ultimamente meio esquecido com a correria de fim de semestre!

Walter Guimarães disse...

"Rachel", concordo que o blog anda largado. Espero que seja pelo número de atividades de todos, mas temos que lembrar do comprometimento que temos com a Confraria. Precisamos de "mãos dadas".

Aliás, parece que este poema é um dos favoritos dos confrades. Já ouvi outra pessoa falar e escervê-lo.